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Luciano Coutinho diz que o Brasil tem debilidades, mas pode aproveitar seus pontos fortes para gerar desenvolvimento tecnológico e inovação.
 
Apesar do amadurecimento do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação, o Brasil precisa avançar muito ainda se quiser se tornar um ator de peso em inovação no mercado internacional. O País ainda tem debilidades, mas pode aproveitar seus pontos fortes para explorar as várias oportunidades que o desenvolvimento tecnológico vem gerando em termos de novos negócios, de forma a exercer um papel de protagonismo no mundo global

Essas foram as posições apresentadas por Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), durante a 14ª Conferência Anpei, evento realizado nos dias 28 e 29 de abril, em São Paulo.

"Uma das nossas debilidades é que ainda não desenvolvemos no Brasil uma base de indústrias de tecnologia de informação e comunicação, especialmente software e serviços, que são o principal motor de inovação no complexo empresarial", apontou. Para o economista, o Brasil vive um momento privilegiado, já que a economia tem seus fundamentos preservados, o que permite o desenho de estratégias de longo prazo. "Essa transformação está em nossas mãos. Muitas das principais economias emergentes e desenvolvidas tiveram uma compreensão estratégica do papel da inovação. Os países que assim o fizeram, ao invés de recuar, avançam no engajamento. O Brasil precisa seguir esses exemplos ", analisou.

Para ele, diversas oportunidades estão se abrindo. Ele citou a forte aceleração tecnológica em vários campos, como a explosão da telefonia móvel, dos sistemas wireless, dos aparelhos de processamento baratos e diversificados, o potencial da microeletrônica, a nova sociabilidade promovida pela internet e a internet das coisas (em que pequenos artefatos, sensores e chips emissores de radiofrequência permitirão a automação de objetos diversos), sistemas de smart grids, gerenciamento de grandes bancos de dados, além das transformações no campo das ciências da vida, da saúde, com novas aplicações.

"Os sistemas de infraestrutura e de informação vão mudar o paradigma, e nesses momentos surgem janelas de oportunidade. Precisamos pensar em como o Brasil pode capturar alguns desses processos", destacou. Para isso, Coutinho defendeu que o país utilize seus vetores competitivos, como a capacidade de explorar petróleo em águas profundas e inovações para o agronegócio. "Vejo mais oportunidades do que riscos. O risco que corremos é o da inação, da acomodação", apontou.

"Temos capacidade de avançar, de coordenar políticas", prosseguiu. Ele citou como exemplo positivo o Plano Inova Empresa. Dos R$ 32 bilhões para investimentos até final de 2014, R$ 16 bilhões já foram contratados. "Ainda que os instrumentos tenham de ser aperfeiçoados, o setor privado está respondendo de maneira ativa, o que, tenho certeza, vai gerar uma mudança de quadro nas próximas edições da Pintec", destacou. "Tenho convicção e confiança de que não há nada no Brasil e em seu sistema empresarial e de ciência e tecnologia que nos impeça de galgar um lugar competitivo no mundo", encerrou.

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