Compartilhe


Maurício Casotti, gerente de Desenvolvimento de Negócios
em Cidades Inteligentes do CPQD

Incentivar o desenvolvimento de aplicações de Internet das Coisas (IoT) no ambiente urbano, especialmente nas áreas de segurança pública, mobilidade, eficiência energética e defesa civil. Esse é o principal objetivo do projeto de pilotos IoT para cidades inteligentes do CPQD, que teve sua execução aprovada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao final de 2019. O aporte do BNDES para o projeto é de R$ 2,98 milhões.

A proposta do CPQD é implantar quatro casos de uso inovadores de Internet das Coisas, em um ambiente real e de grande relevância nacional – a cidade de Campinas, no interior de São Paulo, que tem mais de 1,1 milhão de habitantes, Campinas e ocupa o primeiro lugar entre as cidades mais inteligentes e conectadas do País, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2019.

Para atender à complexidade do projeto, os dois pilotos contemplados no plano aprovado pelo BNDES serão conduzidos pelo CPQD em conjunto com um ecossistema formado por mais de 10 parceiros – entre usuários (secretarias e empresas públicas, por exemplo), startups, empresas de serviços até gigantes globais de tecnologia, com atuação nos diversos elos da cadeia da IoT.  O prazo de duração desses dois pilotos é de 24 meses.

Trata-se de um grande projeto, dividido em diferentes frentes de trabalho e tecnologias. Os casos de uso integram as quatro camadas da IoT (dispositivos, conectividade, suporte à operação e segurança) e são interoperáveis, por meio da utilização da plataforma de código aberto dojot, desenvolvida pelo CPQD.

Pilotos em andamento

Segundo Maurício Casotti, gerente de Desenvolvimento de Negócios em Cidades Inteligentes do CPQD, os pilotos estão na primeira fase, que envolve a assinatura dos termos de cooperação com os principais parceiros e mobilização de equipe. “Os pilotos são baseados em três pilares de suma importância. O primeiro diz respeito à integração das várias camadas de tecnologia de Internet das Coisas com os processos e pessoas que operam a cidade – a "Integração das Coisas".  O segundo foca a avaliação de impacto que essas tecnologias podem ter na cidade. E o terceiro, tão importante quanto os demais, é a disseminação de conhecimento e aprendizados de modo que outras cidades também possam se beneficiar dessa experiência e adotar as soluções desenvolvidas de forma cada vez mais efetiva”, explica.

O CPQD já vem trabalhando em projetos de P&D&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação) que resultaram em tecnologias para cidades inteligentes que, agora, com os pilotos do BNDES, terão a oportunidade de passar por um processo de amadurecimento, a partir da implementação delas nos pilotos.

Por parte do governo, foram mobilizados a Prefeitura Municipal de Campinas, a CIMCAMP (Central Integrada de Monitoramento de Campinas), a Defesa Civil e a IMA (Informática de Municípios Associados). As principais empresas e/ou startups parceiras nos pilotos coordenados pelo CPQD são: Huawei, participará do caso de uso de reconhecimento facial com alertas para a Guarda Municipal; Qualcomm e Pumatronix, que estão envolvidas projeto de uso de visão computacional embarcada em câmeras para leitura de placas de veículos com alertas para a Guarda Municipal; CPFL, Exati e Taggen, que participarão do projeto de telegestão de iluminação pública com serviços de valor agregado; e Pluvi.On , atuará no projeto de uso de medição de microclima com alertas para a defesa civil.

“Trata-se de um projeto complexo, que contempla várias aplicações IoT destinadas a melhorar a vida do cidadão nas cidades inteligentes”, afirma o presidente do CPQD Sebastião Sahão Júnior. Ele lembra que, de acordo com o estudo Internet das Coisas: Um  plano de ação para o Brasil, realizado para o BNDES e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (pelo consórcio formado pela McKinsey, CPQD e Pereira Neto/Macedo Advogados), as cidades apresentam desafios tanto para os gestores públicos como para a iniciativa privada, em diversas áreas. “Com o uso adequado de tecnologias IoT, é possível superar esses desafios e contribuir para a maior eficiência da gestão e a melhoria da qualidade dos serviços prestados à população das cidades”, acrescenta.

Primeiro piloto

O primeiro piloto é composto por três casos de uso, que têm como foco os desafios de ampliar a capacidade de vigilância e de monitoramento de áreas da cidade para mitigar situações de risco à segurança do cidadão. Uma dessas aplicações envolve o uso de videomonitoramento, com câmeras de alta definição, auxiliado por visão computacional, com o objetivo de aumentar a produtividade dos agentes de segurança pública.

Outro caso de uso consiste em um portal de monitoramento de veículos e placas, visando aprimorar a segurança e a mobilidade urbana. Para isso, a intenção é ampliar o número de portais de reconhecimento e identificação de veículos equipados com câmeras inteligentes conectadas via tecnologia sem fio IoT de última geração.

O terceiro caso de uso desse piloto prevê a medição de microclima na área urbana, por meio de estações meteorológicas compactas e conectadas que funcionarão integradas a sensores de nível de rios em pontos estratégicos da cidade. Isso permitirá fornecer dados relevantes, no tempo apropriado, para a Defesa Civil emitir alertas que poderão mitigar o impacto causado por desastres ambientais.

Segundo piloto

O segundo piloto do projeto envolve o caso de uso de uma plataforma de telegestão para iluminação pública, a ser implantada em uma área do centro da cidade. “O objetivo é  melhorar a prestação do serviço de iluminação pública, principalmente no que se refere à tarifação baseada no consumo real de energia, além de habilitar novos modelos de negócios para serviços que agreguem valor à rede de iluminação pública, como a microlocalização de ativos e a própria conectividade das estações meteorológicas compactas”, finaliza Maurício Casotti.

acesso rápido

pt_BRPT