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Quando se pensa em instituição de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias no Brasil, o CPqD se destaca como uma instituição independente, com foco na inovação em tecnologias da informação e comunicação (TICs) em setores como comunicação e multimídia, utilities, financeiro, indústrias, administração pública, defesa e segurança.
 
Com 40 anos de história e associado da ABES, o CPqD tem o maior programa de P&D da América Latina levando ao mercado tecnologias de produto, sistemas de missão crítica, serviços tecnológicos e consultorias que beneficiam grandes e pequenas empresas, aumentando a eficiência desses negócios e alavancando o empreendedorismo no Brasil, a competitividade nacional e a inclusão digital da sociedade. Sua equipe reúne, atualmente, cerca de 1.200 profissionais altamente capacitados, reconhecidos por sua criatividade e comprometimento com elevados níveis de qualidade.
 
Além de unidade credenciada EMBRAPII, a instituição mantém parcerias com MCTIC/FINEP, por intermédio do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (FUNTTEL); o BNDES, por meio do Funtec; e com as concessionárias de energia, por meio do programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e as indústrias, por meio da Lei de TI, entre outras.
 
Nessa entrevista com Edvaldo Paro, vice-presidente de Tecnologia do CPqD, trazemos um balanço dos projetos de 2017 e apresentamos os planos do centro para 2018, tendo em vista todo o processo de transformação digital em andamento no mundo e a penetração transversal das TICs em todos os setores da economia. Acompanhe:
 
– Como foi o ano de 2017 para o CPqD em termos de crescimento, alianças, novas pesquisas e mercado de TIC?
O ano de 2017 foi bom especialmente por conta das apostas estratégicas definidas como foco do CPqD. São elas o ecossistema de inovação aberta, o agronegócio inteligente e as cidades inteligentes, tudo isso permeado pelo conceito de Internet das Coisas (IoT) e baseado nas questões tecnológicas relacionadas à conectividade e inteligência artificial.
 
Em termos de projetos e alianças, vale destacar o desempenho da Unidade EMBRAPII CPqD, que registrou crescimento expressivo em 2017, tanto em número de projetos como em valores desses projetos, que são desenvolvidos sempre em parceria com empresas. Além disso, o CPqD também costurou alianças importantes com centros de inovação brasileiros e europeus, no âmbito do programa Horizonte 2020 (H2020), o maior programa de pesquisa e inovação da União Europeia, iniciando três novos projetos nas áreas de redes 5G, Computação em Nuvem e uma solução de Internet das Coisas para prevenção da obesidade infantil.
 
Outro projeto internacional importante, que também envolve parcerias com outras instituições e empresas, é o CityZen – Conectando cidades a cidadãos, desenvolvido no âmbito de iniciativa de Cooperação Brasil-Reino Unido com o objetivo de criar uma plataforma digital com foco em serviços de saúde e o bem-estar de pessoas idosas. 
 
– Como está o projeto da plataforma Dojot desde o seu lançamento?  
Desde o seu lançamento, em setembro de 2017, a dojot vem confirmando nossas expectativas, com uma forte resposta positiva da comunidade interessada em desenvolver soluções de Internet das Coisas no Brasil. Hoje, a dojot já faz parte de vários projetos em desenvolvimento para diversos setores da economia como, por exemplo, a solução de iluminação pública inteligente desenvolvida em parceria com a empresa EXATI.
 
Com o objetivo de facilitar a integração da cadeia de valor que compõe o ecossistema de soluções IoT, estamos evoluindo o core tecnológico da plataforma dojot com novas funcionalidades, incorporando o padrão de comunicação WiSUN, que possibilitará a integração de um número maior de dispositivos à dojot, com protocolos abertos e interoperabilidade.
 
Também merece destaque o prêmio especial de Tecnologia Nacional recebido pelo CPqD do Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicações 2017, pelo projeto da plataforma dojot. Assim, estamos confiantes nas perspectivas de sua consolidação como plataforma habilitadora do ecossistema de IoT no país.
 
                                   
– O CPqD participa da formulação e detalhamento das ações do Plano Nacional de IoT. O que esperar dessa iniciativa e sua repercussão na competitividade brasileira?
O CPqD integrou o consórcio selecionado para o desenvolvimento de um estudo contratado pelo BNDES, que está sendo a base para o Plano Nacional de IoT, a ser lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) no primeiro semestre deste ano (2018). O estudo indicou uma série de ações importantes para o desenvolvimento da IoT no país, que foram compiladas no documento de plano de ação, já publicado e disponível no site do BNDES (https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/conhecimento/pesquisaedados/estudos/estudo-internet-das-coisas-iot/estudo-internet-das-coisas-um-plano-de-acao-para-o-brasil). As iniciativas são organizadas em quatro temáticas transversais: inovação e inserção internacional, capital humano, infraestrutura de conectividade e interoperabilidade e regulatório, segurança e privacidade. Além disso, o plano também propõe três projetos mobilizadores: formação de um ecossistema de inovação, criação de um observatório de IoT e apoio à adoção de IoT em Cidades. Acreditamos que muitas dessas iniciativas e projetos estarão presentes no Plano Nacional de IoT e que a repercussão será altamente positiva para o Brasil.
 
– Quais os principais projetos de inovação concluídos pelo CPqD em 2017 no setor de TIC?  
Um dos principais projetos concluídos em 2017 foi o AgroTICs, na área de agronegócio inteligente. Desenvolvido em parceria com o Grupo São Martinho – um dos maiores do setor sucroalcooleiro do Brasil – e financiado com recursos do FUNTEC/BNDES, o projeto consiste na implantação de uma rede móvel privada e banda larga, baseada em tecnologia LTE otimizada para áreas rurais e remotas, e deverá contribuir para a implantação do conceito de Internet das Coisas no setor de agronegócio. A solução desenvolvida pelo CPqD utiliza a plataforma dojot e é composta de estação radiobase e de terminais veiculares adaptados aos requisitos operacionais das usinas de cana. Esses terminais, que foram instalados em colhedoras, tratores e caminhões que fazem o transporte da cana, são dotados de múltiplas interfaces: Wi-Fi, CAN (usada em máquinas agrícolas para transmissão de dados de telemetria), GPS e RFID, além da interface LTE. Com esse sistema, será possível coletar dados no campo e enviá-los, em tempo real, para bancos de dados e aplicativos, onde serão processados e utilizados para a tomada de decisões. Trata-se de um projeto viabilizador do conceito farm on line.
                                  
– Poderia citar os principais projetos e metas do CPqD para 2018?
São vários os projetos nas áreas de sistemas cognitivos, sistemas de suporte à operação e a negócios (OSS/BSS), energia, comunicações ópticas e sem fio e Internet das Coisas. Merecem destaque nossas ações voltadas para o agronegócio inteligente e para cidades inteligentes, com aplicações de conectividade e de inteligência artificial. O foco do CPqD são as soluções voltadas para a transformação digital, com ênfase, principalmente, na reinvenção dos negócios (por exemplo, com a monetização dos dados para o ecossistema de IoT) e na experiência do usuário (com projetos de assistente virtual digital). Vale destacar também os projetos voltados a armazenamento de energia, desenvolvidos junto às concessionárias de energia, atendendo uma chamada estratégica da Aneel para o setor. Uma das metas do CPqD para 2018 é entrar com, pelo menos, 18 pedidos de depósito de patente e de 70 registros de software no ano.
 

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