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Muito se fala hoje em dia na implementação de processos que colaborem na identificação de problemas e desenvolvimento de soluções inovadoras nas empresas. Uma das abordagens propostas é chamada de Design Thinking, um conceito que surgiu a partir do trabalho de Tim Brown na IDEO, empresa de design criada por ele na Califórnia (EUA). “Brown escreveu um livro de mesmo nome em 2009 e a prática passou a ser utilizada por inúmeras empresas de todas as áreas”, explica Helena Jacob, professora de Comunicação da FECAP – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado.
 
Descubra mais informações sobre este tema, nessa entrevista exclusiva com Helena Jacob para o Portal da ABES:
 
Como é a prática do Design Thinking? Como se diferencia dos processos de brainstorm?
O design thinking propõe um caminho de desenvolvimento de ideias que começa na imersão (pesquisa), passa pela ideação (brainstorm) e termina na prototipagem (criação de modelo prático, físico daquela ação, projeto, ideia) usando todo o aparato cognitivo de linguagem visual. Em suma, o design thinking propõe que pensemos visualmente e de maneira criativa qualquer tipo de projeto em uma empresa, colocando as pessoas como protagonistas das histórias – por isso o conceito se aproxima muito do storyteeling, pois as narrativas podem ser desenhadas utilizando-se o Design Thinking.
 
Como o Design Thinking ajuda nos processos de inovação?
Ajuda ao fazer as pessoas envolvidas pensarem de forma visual no processo, sabendo que terão de aplicar aquela ideia em um protótipo real. Se eu vou fazer um projeto de zoneamento novo para uma cidade, por exemplo, vou desenhar e/ou criar um protótipo físico daquela cidade com o novo zoneamento – e para desenvolver o projeto ouvirei moradores, trabalhadores, donos de lojas, de serviço, ou seja, todos os impactados por aquele novo processo. 
 
Quais são as ferramentas usadas no processo?
As ferramentas podem ser de qualquer tipo. Por meio das etapas de imersão, ideação e prototipagem, costuma-se usar muito material colorido, como canetas, lápis de cor, massa de modelar, palitos etc, e muitos, muitos post-its que ajudem a entender pontos obscuros do processo e a organizar as ideias. 
 
Em algum momento as ideias inovadoras são cruzadas com a base de dados e as estatísticas da empresa?  
Sim, logo no primeiro momento, na imersão. Nesse ponto, todos os dados da empresa, de pesquisas internas e externas, tudo que for relativo ao caso é levantado para ajudar na ideação, ou seja, na criação de soluções para o desafio apresentado. 
 
Como o Design Thinking se integra com a transformação digital dos negócios em geral?
Ele se integra ao propor uma abordagem mais interativa e inovadora para os velhos métodos, alinhando todas as etapas. Assim tenho tudo à mão: das pesquisas à conversa com as pessoas envolvidas, mas busco criar de forma visual as soluções para aqueles problemas apresentados.
 
O Design Thinking pode ser considerado uma ferramenta relevante para a criação dos planos de negócios das startups?
Sem dúvida. Levando em conta que as startups precisam ser muito rápidas e inovadoras, buscar soluções visuais alinha o processo de funcionamento das startups à sua necessidade constante de mudança.

 

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