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Diante da grave crise energética que o Brasil enfrenta, o setor de TI tem procurado meios para reduzir custos com o consumo de energia elétrica em data centers, fazendo frente também aos aumentos de preço já anunciados pelas agências reguladoras.
 
Em um centro de dados, 44% dos custos estão relacionados à eletricidade e resfriamento, já que é necessário administrar o fluxo de energia utilizado para retirar o calor do ambiente e aplicá-lo na refrigeração da estrutura. Metade da energia utilizada em um data center é consumida nesse processo e apenas 36% são destinados, efetivamente, para o funcionamento dos equipamentos.
 
Essas e outras questões relacionadas à eficiência energética dos data centers estarão em pauta na Primeira Brasil Datacenter Week (http://www.brasildatacenterweek.com/), que será realizada de 9 a 13 de novembro, em São Paulo. O evento é organizado pela DatacenterDynamics, um provedor de informações B2B. O evento visa fornecer aprendizado e oportunidades de networking para profissionais que projetam, constroem e operam datacenters.
 
Confira a entrevista com José Monteiro, diretor de conteúdo da DatacenterDynamics, que falou sobre as soluções que serão apresentadas no evento e as principais ações para a redução do consumo de energia em um data center.
 
– Quais as principais ações para a redução do consumo de energia de um data center?
 
É muito comum que os gestores de data center foquem sua atenção na infraestrutura e nas utilidades do data center em busca da redução do consumo de energia, mas um estudo da Energy Star mostra que as principais ações para a redução de consumo de energia devem começar nos ativos de TI e passar, posteriormente, às utilidades do sistema. Este estudo lista algumas das principais ações que reduzem de forma significativa as perdas energéticas. Destacam algumas medidas como a virtualização de servidores, desativação de servidores sem uso, consolidação de servidores ou uma melhor gestão dos processos e ativos de storage. Naturalmente, existem muitas outras medidas que passam somente pela otimização da infraestrutura, entre elas, encontram-se medidas tão de senso comum como pode ser o “layout” do próprio datacenter, exploração da existência de diferenças de temperatura entre ambientes para a produção de arrefecimento, comumente chamado “free cooling”  ou a utilização de energias renováveis no mix de consumo de energia. Grandes gigantes como Yahoo, Facebook, Google ou Amazon estão na linha da frente em desenho de data centers altamente eficientes no que se refere ao nível do consumo de energia.
 
Em que proporção a elevação das tarifas de energia poderão impactar nos negócios dos clientes de data centers?
 
Em um data center, os gastos com eletricidade e resfriamento podem representar até 44% do custo total da estrutura e a 95% das despesas relacionadas com sua operação. Se analisamos a primeira onda de impacto, aquela que chega primeiro aos provedores de serviços de data center ou aos proprietários de data center empresarial, é fácil prever uma mudança em tendências de mercado de forma imediata.  Se os custos aumentam em proporção, uma vez estes sejam lidos e computados dentro dos custos totais relacionados com operação de negócio, isso vai, por um lado, colocar a eficiência energética como a preocupação máxima dos gestores destas infraestruturas de missão crítica e, por outro lado, foca-se ainda os custos dos serviços prestados por estes provedores ou proprietários de data center. Por outro lado, a elevação das tarifas elétricas também vai criar uma demanda por soluções como implantação de centrais termoelétricas ou sistemas de cogeração no data center, recurso ao mix de fontes alternativas, numa tentativa de depender cada vez menos da rede convencional.
 
 
Além da crise energética, que outros fatores preocupam o setor de data centers?
 
Um data center é uma infraestrutura extremamente complexa e que se carateriza por ser um centro onde convergem várias disciplinas, algumas delas radicalmente diferentes entre si. Além disso, este setor é composto por provedores de serviços, provedores, proprietários e usuários de datacenter.  Na realidade, o que mais preocupa o “setor” é conseguir a criação de uma plataforma de entendimento que permita que a inovação se origine a partir de uma linguagem comum. Esse é um pouco do papel da DatacenterDynamics e dos eventos que vamos oferecer na semana do 9 e 13 de novembro de 2015 através da Brasil Datacenter Week. Desses eventos, gostaria de destacar a conferência e exposição DCD Converged, que se realiza nos dias 10 e 11 de novembro, e que oferece um programa de conferências e networking 100% desenhados para facilitar a criação desta plataforma comum.
 
Por outro lado, a preocupação com a eficiência energética está alinhada à chegada de uma nova era no IT empresarial que vem dada pelo Big Data ou pela Internet das Coisas, como o dilema do manter a carga critica de TI in House ou migrá-la a uma solução exterior, etc. No fundo, para resumir, o que mais preocupa este setor é poder oferecer a seus clientes um serviço de máxima qualidade e dentro de tempo, acompanhar a evolução do mercado e tirar o máximo proveito das últimas inovações. Este ano, trazemos Robert Sullivan, consultor independente especialista em Refrigeração de Alta Densidade e Salas de Computação Energeticamente Eficientes, para ser nosso palestrante de honra. Ele foi o inventor do sistema de confinamento de ar quente/ar frio.
 
Como você avalia os data centers em relação à segurança de dados atualmente?
 
A segurança de dados chegou ao primeiro plano da atualidade informativa em 2013, depois dos escândalos de espionagem internacional que foram revelados. Mas a preocupação não é nova para os responsáveis pela gestão de dados. Os riscos de segurança de TI representam a maior ameaça para os CIOs que lutam para manter a continuidade dos negócios. Um estudo recente realizado pela Unisys Security Insights revelou que mais da metade (53%) dos brasileiros entrevistados se preocupa com uma violação em seus dados pessoais, que são armazenados por empresas e agências do governo. Neste contexto, o Governo Federal prevê investir um total de aproximadamente R$78 bilhões em cyber segurança no ano fiscal de 2015. Por outro lado as Olimpíadas de 2016 representam outro grande desafio no médio prazo para o Brasil. Antes de dar uma resposta fechada a essa pergunta, permito-me convidar a todos os interessados em participar no Mission Critical Security Summit, outro evento que a DatacenterDynamics vai estar oferecendo no dia 11 de Novembro de 2015, dentro da sua Brasil Datacenter Week. Estou certo que especialistas como Alissa Johnson, atual CISO da Stryker e ex-deputy CIO na Casa Branca; o General Antonino dos Santos Guerra Neto, vice-chefe de TIC no Exército Brasileiro; Longinus Timochenco, chief information security officer na SPC Brasil; o Sr. Douglas Coutinho, coordenador de Segurança da Informação no Grupo Serveng; Leonardo Carmona, head of Global Security no BTG Pactual, ou Rony Vainzof, diretor do Departamento de Segurança da FIESP (DESEG), todos palestrantes neste evento, vão as melhores respostas para os membros da Associação Brasileira das Empresas de Software.
 
 
A crise econômica está impactando o setor? 
 
O setor de data center vem atravessando momentos críticos e desafiadores no Brasil. Uma crise econômica mundial que ainda deixa seu rastro, a crise hidro energética nacional que eleva bastante os custos operacionais, entre outros fatores, está simplesmente posicionando o foco de atenção de todos os executivos na redução de custos e na eficiência de suas infraestruturas de missão critica. E no fundo, a crise econômica está afetando o setor, mas, ao mesmo tempo, está conduzindo a preocupação dos gestores para a implantação de data centers mais eficientes e com menos custos.
 

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