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Tatiana Henn, do BRDE, faz um balanço da MPME Inovadora e Finep Inovacred no estado
 
 
A ABES e o BNDES lançaram, no segundo semestre de 2014, a linha de fomento MPME Inovadora. O lançamento foi realizado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com o apoio do banco BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e, em São Paulo, com participação da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP) para apoiar micro, pequenos e médios negócios que inovam no setor de TI, financiando os investimentos necessários para a introdução de inovações no mercado, por meio do fomento a melhorias incrementais em seus produtos e/ou processos.
 
Passados alguns meses desde o lançamento, o Portal ABES entrevistou Tatiana Henn, gerente de planejamento adjunta de novos projetos e negócios do BRDE do Paraná, para saber mais sobre as empresas que se candidataram à linha de crédito no estado e os recursos já liberados, além de informações que poderão ajudar outras empresas a conseguirem o financiamento.
 
Qual o perfil das empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na região? 
São, em sua grande maioria, empresas de micro e pequeno porte, fortemente organizadas em APLs (Arranjos Produtivos Locais) regionais e Tecnoparques, com grande potencial de inovação.
 
Quantas empresas já contrataram a linha MPME Inovadora em seu estado? Qual o volume de recursos liberado?
Devemos fechar 2014 com 20 a 25 empresas inovadoras apoiadas, tanto na Linha BNDES MPME Inovadora quanto na linha FINEP Inovacred, das quais cerca de 40% do setor de TIC. As contratações devem ultrapassar R$ 30 milhões no estado, somente considerando os valores financiados nas 2 linhas acima citadas. Lembrando ainda que, em alguns casos, outros investimentos acessórios e eventualmente não enquadrados nas linhas de inovação foram financiados em outras programas de fomento, o que elevaria este valor.
 
Com base nas principais dificuldades que as empresas tiveram para a liberação de recursos, que orientação daria a elas para conseguir aprovação da linha de fomento?
A liberação de recursos deve fluir muito bem para os projetos aprovados, pois só depende da devida comprovação da utilização dos recursos já liberados pelas empresas apoiadas, ou seja, recebeu a primeira parcela e, assim que comprovar a utilização, já será liberada a parcela seguinte. Quanto às principais dificuldades na apresentação dos projetos, tivemos algumas: valor solicitado incompatível com a receita fiscal e situação econômico-financeira apresentada; não saber ao certo como irá usar o recurso nem para que (ou seja, sequer possuía um orçamento prévio em mãos); demora no protocolo do pedido de apoio financeiro, visto que a taxa fixa da Linha MPME Inovadora é válida somente para projetos contratados em 2014 (o ideal é protocolar com 90 dias de antecedência); não identificar equipe consistente para realizar o projeto ou não possuir mercado para o produto; e falta de garantias ou até, em alguns casos, a empresa dispunha de garantia, mas não concordou em onerá-las.
 
 
Em sua avaliação, como a linha MPME Inovadora vai contribuir para o desenvolvimento do setor de TIC no estado?
É uma linha que auxilia o empresário a tratar como investimento aquilo que, até então, ele tratava como custo. No caso de empresas inovadoras, especialmente TIC, a folha de pagamento de equipe especializada é um grande ativo e deve ser tratado como investimento, fato este que a Linha MPME Inovadora vem financiar, dentre outros itens.
 
Quais são as perspectivas de concessão de recursos para as empresas de TI em seu estado em 2015?
Temos ampliado bastante nossas parcerias e eventos junto aos APLs de TIC e aceleradoras de negócios. Acreditamos que será um setor que, ao conhecer as linhas de inovação operadas pelo BRDE, passará cada vez mais a demandar apoio para concretização e expansão de seus projetos. Ainda não fechamos o orçamento de aplicação para 2015, mas desde já temos a expectativa de contratar pelo menos R$ 50 milhões em projetos inovadores ou de empresas inovadoras do Paraná. Em princípio, este valor pode parecer baixo frente ao ativo total do banco, mas devemos lembrar que, em geral, são micro e pequenas empresas com projetos de baixo valor, o que destaca o grande esforço do BRDE em pulverizar o crédito e apoiar aqueles que possuem boas ideias e gestão organizada, mas a quem eventualmente falta o suporte financeiro.

 

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