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A indústria nacional é o principal meio de empregos de qualidade, com registro em carteira e outros benefícios e ela é um importante elemento de toda a economia do país. A participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto, que já foi de 21,6% em 1985, despencou mais de 10 pontos percentuais em 30 anos, e atingiu 11,40% no ano de 2015, mesmo patamar de 1947.  “Estamos trabalhando para o setor produtivo brasileiro dar um salto, não podemos perder a oportunidade histórica de investir em inovação e buscar mais competitividade não, apenas na grande indústria, mas também nas pequenas e médias”, explica Guto Ferreira, Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
 
Pensando sobre a 4° revolução industrial que está em curso, a ABDI lançou o Programa Nacional Conexão Startup Indústria, tendo como intuito um novo jeito de fazer política pública, pensando de forma disruptiva, ou seja, rompendo com padrões que são dominantes até o momento. Basicamente, a iniciativa que conta com um investimento de R$ 50 milhões, ao longo de três anos, cria um ambiente de negócios entre indústrias e startups, focando na integração digital de diferentes passos da cadeia de valor dos produtos industriais. Foram 394 inscritos, entre eles, indústrias, startups e instituições de apoio ao desenvolvimento de negócios.
 
Na fase de cadastramento, cadastram-se 49 indústrias, 325 startups e 20 instituições de apoio. Além das 49 indústrias inscritas no Programa, foram pesquisadas na Sondagem de Inovação (outro programa da ABDI) outras 362 empresas do setor, todas com mais de 250 funcionários. Porém, um dado chamou a atenção. Entre as indústrias, 70% declaram até o momento não estarem conectadas com startups. Destas, 21% revelaram que estão se preparando e 27% ainda não sabem como fazê-lo. “Esta nova revolução industrial passa necessariamente pelas startups e o setor está começando a perceber isso. A maior empresa de transporte do mundo (UBER), não possui um único veículo próprio. Eles quebraram todos os padrões de décadas”, ressalta o Presidente.
 
O Estado de São Paulo lidera o ranking de indústrias inscritas, com 19 players, seguido por Santa Catarina com 7. A região Sudeste do país concentra 58,7% de indústrias já cadastradas, seguido pela região Sul em 26,1%, Nordeste e Centro-Oeste com 6,5% e Norte com 2,2%. “O Estado de Santa Catarina, mais precisamente a capital Florianópolis é conhecida hoje como o Vale do Silício brasileiro. O governo local investiu fortemente para atrair as empresas de tecnologia, principalmente e hoje nós observamos o resultado. As indústrias querem estar perto de quem produz inovação”, diz Ferreira.
 
O presidente da ABDI ressalta ainda que, a elaboração do programa foi feita de forma muito cuidadosa, para que todos os lados enxergassem o potencial que o seu parceiro poderia oferecer. “Quando idealizamos esta iniciativa, fomos motivados por sabermos que uma indústria centenária não abriria as portas para empresas nascentes facilmente, muitas vezes criadas por um garoto de 18 anos pois, se abrissem, matariam a sua criatividade. Por este motivo, o programa tem o foco de promover uma integração saudável, onde é mapeada a necessidade da indústria e a capacidade de criação de soluções de uma empresa jovem, diminuindo riscos para ambos os lados. E esse aprendizado será compartilhado entre todos”, finaliza Guto Ferreira, Presidente da ABDI.

 

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