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Por Luiz Egreja, Senior Business Transformation Consultant da Dassault Systèmes

 

Estamos vivendo um momento único em nossa história, tendo a revolução tecnológica como fator de transformação fundamental da forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a mudança será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes.
 
A tecnologia nunca teve um papel tão estratégico como o que tem hoje. Ao longo dos últimos anos, acompanhamos vários avanços, mas nada comparado ao momento atual. Além da presença na vida das pessoas, a inovação está chegando definitivamente até as indústrias, transformando por completo a forma como as empresas trabalham. O Renascimento da Indústria (Indústria 4.0) marca, definitivamente, a nova era digital.
 
Caminhamos para a maior transformação da história, com fábricas verdadeiramente inteligentes. A primeira revolução foi com a máquina a vapor e produção mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. A terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. 
 
Antes um movimento individual por parte de empresas, essa nova era já está começando a fazer parte da política de governos de vários países que visam atrair novos investidores, promover a digitalização da economia, mudar a produção e evoluir o conhecimento.
 
O conceito do Renascimento da Indústria vem, efetivamente, revolucionar o futuro. Isso significa que as fábricas terão uma nova conectividade digital presente em todas as etapas do processo, o que as tornarão mais eficientes, flexíveis, rápidas, transparentes e com equipamentos fáceis de manusear.
 
O foco será mais que o simples aumento de produtividade. Da mesma maneira que os smartphones mudaram a vida das pessoas, a tecnologia mudará não só as máquinas, mas todo o processo de produção, do desenho na tela do computador à finalização dos produtos. A inovação permitirá que as empresas poupem tempo, dinheiro, recursos e, acima de tudo, modifiquem sua forma de trabalho para atender aos desejos dos consumidores que estão mais exigentes, inclusive demandando produtos personalizados para os seus gostos individuais.
 
O movimento de transformação das fábricas para ambientes inteligentes é decisivo para a competitividade da indústria nacional e, portanto, não está isento de desafios sociais. Certamente, a tecnologia abrirá novas janelas de oportunidades de emprego, centenas de novos cargos e crescimento significativo para os países, apesar de as atividades repetitivas poderem ser substituídas pelas máquinas já nos próximos anos. O fundador e chairman do
Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, também considera que essa nova revolução vai elevar os níveis de rendimento global e melhorar a qualidade de vida das pessoas em todo o planeta. Tudo indica que teremos novos mercados e crescimento econômico com os ganhos de produtividade, além de maior eficiência com a redução dos custos de transporte e da cadeia logística.
 
Com as novas tecnologias, as barreiras geográficas vão desaparecer e parcerias entre universidades e empresas terão um impacto global extremamente positivo, podendo preparar jovens brasileiros para um mercado internacional de trabalho.
 
Estamos presenciando uma mudança de paradigma. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e vai interferir em quase todas as indústrias de todos os países, inclusive o Brasil, que precisará mudar rapidamente sua visão de mercado para não perder essa janela de oportunidade para os avanços. Sem dúvida, estamos diante de um novo cenário global de mercado graças a velocidade e o alcance de sistemas muito mais modernos.
 
As mudanças nos processos produtivos virão acompanhadas de inovações nos bens fabricados. O Renascimento da Indústria será marcado por produtos mais inteligentes e autônomos em relação aos existentes, movimentando cerca de US$ 15 bilhões na economia mundial nos próximos 15 anos.
 
Esses avanços reforçam a tendência de automatização total das fábricas, com dispositivos de Internet das Coisas (IoT) e computação em Nuvem. Pesquisas do Gartner indicam que já temos 8,4 bilhões de dispositivos conectados no mundo, sendo que mais de 3 bilhões já estão sendo usados por indústrias e empresas dos mais diversos setores. Esses sensores são capazes de controlar funcionamento de equipamentos e até de trocar informações instantaneamente sobre compras e estoques, por exemplo. Será cada vez mais frequente o uso de nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, sistemas de comunicação M2M (máquina com máquina), Inteligência Artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D. Com isso, o mercado mundial terá mais de 20 bilhões de dispositivos conectados, em 2020.
 
Apesar de países mais desenvolvidos serem conhecidos pela rápida adoção de novas tecnologias, economias emergentes, como a do Brasil, podem se beneficiar desse momento de inovação e de mudança para alcançarem patamares de igualdade. Essa nova era tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade de vida de populações inteiras, da mesma forma como aparelhos smartphones estão incluindo milhões de pessoas ao novo mundo digital com pagamentos eletrônicos, serviços de táxi e acesso a conteúdos de interesse.
 
É certo que o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e de se adaptar. O momento de iniciar essa jornada é agora.

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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