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O Brasil possui uma legislação que tem como objetivo ampliar a presença de pessoas com alguma deficiência no mercado de trabalho. Entretanto, o país ainda tem que vencer este desafio, a fim de aumentar a empregabilidade das pessoas com deficiência. Fatores como falta de qualificação profissional, falhas nas condições de mobilidade urbana, empresas que precisam adaptar sua estrutura física para o bom acolhimento destes funcionários podem ser citados como limitadores de mais avanços nesta questão.
 
Felizmente, existem programas corporativos de inclusão bem-sucedidos em andamento. É o caso da Softplan, uma das maiores empresas de software de Santa Catarina, com cerca de 1500 colaboradores, que mantém um Programa de Inclusão e Capacitação de PCD (Pessoa com Deficiência Visual). A fim de compartilhar esta boa experiência, o portal da ABES entrevistou Paula Rocha, analista de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Softplan:
 
 
1)    Quando a Softplan começou o Programa de Inclusão e Capacitação de PCD (Pessoa com Deficiência Visual)? Quais são os principais objetivos deste programa?
O programa foi criado em outubro de 2014, mas começou a ser colocado em prática, efetivamente, em janeiro de 2015. O principal objetivo é ter um programa de inclusão e capacitação próprio de forma que a Softplan busque parceiros para a captação de candidatos, para a capacitação técnica geral e tenha uma equipe interna para os treinamentos técnicos específicos – formando assim as pessoas internamente. O programa traduz a preocupação da Softplan em incluir efetivamente a pessoa com deficiência, pensando nos ganhos econômicos e sociais, deixando de observar apenas a obrigação legal.
 
2) Quantos colaboradores com deficiência visual a empresa tem em sua equipe atualmente?
Atualmente, temos oito profissionais com deficiências visuais, sendo que quatro têm deficiência total, um tem baixa visão e três com visão monocular. Vale ressaltar que também integram as equipes três deficientes auditivos, quatro deficientes físicos e um deficiente intelectual.
 
3) Quais são as principais atividades deste programa?
As principais atividades são: 1) Captação de pessoas – busca por profissionais da área de tecnologia e que queiram trabalhar conosco; 2) Preparação da equipe – Treinamento de conscientização e relacionamento com as pessoas com deficiência; Integração – Acompanhamento das primeiras semanas e da adaptação na empresa; e Acompanhamento permanente – Reuniões mensais onde são acompanhadas as atividades de trabalho e as questões sociais deles dentro da empresa.
 
4) Quais são os diferenciais para inclusão do deficiente visual no setor de TI? Como a empresa se adaptou e orientou os demais colaboradores?
A inclusão do deficiente visual no mercado de TI é simples. Eles só precisam, além do conhecimento de informática, do leitor de tela instalado no computador. A maioria deles possui o software no pendrive e eles mesmo instalam. A adaptação foi tranquila, porém, o treinamento de relacionamento e conscientização se fez necessário. Muitas pessoas não sabiam como lidar, se aproximar e isso atrapalhava a comunicação. Foram feitos treinamentos com as equipes, um vídeo institucional sobre o programa que contou com a participação de três deficientes visuais e um auditivo. Além disso, são feitas ações de comunicação frequentemente como matérias no jornal interno mensal, nos blogs e site, além de e-mails informativos.
 
5) Poderia citar os principais aprendizados com este programa?
Os aprendizados são muitos. Todos os dias aprendemos mais com o programa e com eles. Posso citar como um grande aprendizado a troca de experiências, o resultado gratificante com a inclusão social das pessoas com deficiência, a oportunidade que temos de aprender cada dia mais no convívio com eles. Constatamos que a grande maioria das pessoas não está preparada para lidar com pessoas com deficiência, entretanto, não é por preconceito e, sim, por falta de informação adequada.
 
6) A empresa conta com alguma parceria de ONGs ou institutos? Em caso positivo, pode citar quais e como é a participação desses parceiros no programa?
Sim, contamos com muitas parcerias, elas foram e são importantes para o sucesso do programa. Posso citar como as mais atuantes: ACIC (Associação Catarinense para Integração do Cego), ASGF (Associação de Surdos da Grande Florianópolis) e FCEE (Fundação Catarinense de Educação Especial). Trabalhamos diretamente com eles na construção do nosso material interno, sempre buscando informações sobre as deficiências. Essas associações sabem da nossa necessidade de contratar pessoa com deficiência na área de tecnologia e nos encaminham currículos de candidatos que os procuram. Nós procuramos participar dos eventos internos destas ONGs  e, assim, conhecer cada vez mais as associações, as necessidades e o dia a dia das pessoas com deficiência. Esse convívio é importante, porque conhecendo cada vez mais este universo, podemos incluir as pessoas nas áreas nas quais se adaptam melhor.
 
7) Quais são as metas para os próximos anos?
O nosso principal objetivo é conseguir cumprir a meta estipulada pela lei de cotas. Mas, além disso, temos como meta para 2016 ampliar as opções de treinamentos internos de forma que possamos contratar pessoas com outros tipos de deficiência e que elas sejam integradas em mais equipes.
 
 
Sobre a Softplan
 
A Softplan é uma das maiores empresas de software de Santa Catarina, com cerca de 1500 colaboradores. Atua há 24 anos no desenvolvimento de softwares de gestão empresarial e gestão pública. Desenvolve soluções corporativas para segmentos específicos de negócios, com foco em cinco áreas de atuação: indústria da construção; administração pública; projetos cofinanciados por organismos internacionais; departamento de infraestrutura, transportes e obras; judiciário, Ministério Público e Procuradorias. Suas soluções já estão presentes em todos os estados brasileiros, em países da América Latina e nos Estados Unidos.
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