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20/06/2014
 
Em entrevista, CMO da HelloUniverse conta como a ideia virou um negócio
 
A HelloUniverse lançou seu aplicativo de tradução por telefone, desenvolvido para atender estrangeiros no Brasil e brasileiros no exterior que enfrentem dificuldades de idioma para se comunicar.  A empresa é incubada pelo Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), considerada uma das maiores incubadoras da América Latina, e acelerada pela Wayra, ligada à Telefonica.
 
O aplicativo, que é inédito no Brasil, está disponível para Android, mas o serviço pode ser utilizado a partir de qualquer telefone. O objetivo principal do sistema é conectar estrangeiros com os intérpretes da HelloUniverse de forma simples e automatizada, sem abrir mão da tradução humana. Para utilizar o serviço, o usuário liga para a central da HelloUniverse, por meio de um telefone fixo ou móvel ou a partir do próprio do aplicativo, identificando o idioma desejado (inglês, espanhol, francês, italiano ou alemão). O sistema, então, busca o intérprete disponível e estabelece a conexão.
 
A empresa já tem um banco de dados de 200 intérpretes, que fornecem seus números de telefone e definem os horários de atendimento. "Essa sistemática de trabalho torna os horários muito flexíveis, atendendo às necessidades dos tradutores, que normalmente são freelances, e ao mesmo tempo resultando num serviço disponível 24 horas por dia", explica Cristina Cho, uma das fundadoras e CMO da HelloUniverse, que detalha a trajetória bem-sucedida da incubada do Cietec em entrevista para o Portal ABES. Confira.
 
Quem são os empreendedores, formação e a experiência no mercado de trabalho?
São eles: Bruno D. S. Koo (CEO), com formação em arquitetura e análise de sistemas, especialista em hardware e segurança de rede, gerenciamento da infraestrutura. Montou a primeira empresa de tecnologia aos 20 anos de idade;  Saul Jair Ishida (CTO), analista de sistemas, programação e banco de dados, formado em ciências da computação;  Cristina K. A. Cho (CMO), responsável por marketing e conteúdo, de formação artística, trabalhou com tradução coreano-português e com conteúdo numa empresa de consultoria em e-business; e Luís Carlos Uehara, responsável administrativo financeiro e contábil, formado em ciências da computação e arquitetura e-urbanismo.
 
 
– Por que decidiram lançar uma startup?
A equipe sempre trabalhou junto numa empresa, na qual, na maior parte das vezes, os sócios eram o Bruno e mais um investidor que injetava dinheiro. Esta sociedade não deu certo. Em 2011, a equipe decidiu lançar uma empresa em que todos os quatro membros fariam parte do quadro societário, dispensando a presença de um investidor.
 
– Desde quando são incubados no Cietec? Como esta parceria com o Cietec fez diferença na evolução da empresa?
Estamos incubados desde 2012. O Cietec serviu como um background de peso, dando acesso às instituições sólidas como Escola Politécnica da USP, Sebrae, Fapesp e CNPq. Todo este acesso acabou dando mais credibilidade à empresa.
 
– Como nasceu a ideia de desenvolver o HelloUniverse? Há quanto tempo estão no desenvolvimento deste produto?
A equipe sempre conviveu com a ideia. Todos os integrantes são provenientes de famílias estrangeiras. Porém, começou a sair do papel em 2007, quando desenvolvemos um sistema de busca de empregos por telefone. O projeto ficou em stand by por falta de infraestrutura telefônica, até ser retomada em 2012, pela possibilidade de receber apoio de empresas de telecomunicações, como Telefonica, e pelas oportunidades do momento como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.
 
– Na avaliação de vocês, qual o público-alvo do Hello Universe? Quanto este serviço custará ao usuário? Será por uso ou uma empresa poderá fazer uma assinatura?
O público-alvo são os brasileiros que viajam para o exterior e os estrangeiros que vêm para o Brasil. O serviço será oferecido diretamente para o usuário final, custando R$ 5 reais/minuto (pré-pago) ou por meio da integração de sistemas com uma empresa no sistema de assinatura. Por exemplo, uma empresa que possui funcionários e clientes expatriados poderá integrar o sistema do HelloUniverse, toda vez que algum atendente do call center entrar em contato com um estrangeiro, basta inserir um intérprete do HelloUniverse em meio à conversação, numa teleconferência.
 
– Quais os idiomas disponíveis? Como é feito o contato com os intérpretes?
Os cinco primeiros idiomas lançados são inglês, espanhol, francês, italiano, e holandês.  Na segunda fase serão lançados os idiomas que tem mais problemas de comunicação como chinês, hebraico, russo, coreano e japonês. O contato foi feito com apenas alguns intérpretes e professores de tradução e interpretação. O serviço foi desenvolvido baseando-se no feedback deles, visando muito o conforto dos intérpretes. Eles trabalham quando e de onde quiserem. A notícia se espalhou rapidamente entre os intérpretes e hoje, chegam, em média, 5 intérpretes por semana.
 
– Você gostaria de destacar mais algum aspecto do HelloUniverse?
O HelloUniverse é focado no fator mais essencial: trabalho humano. A proposta não é substituir o trabalho humano pela máquina, mas potencializar este trabalho com a ajuda da máquina. O segredo do HelloUniverse está em ocultar a complexidade do sistema para facilitar o uso, deixando toda a complexidade no back-end, no qual o algoritmo possibilite que um usuário sempre possa falar com o intérprete mais eficiente possível.
 

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