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Enquanto o setor de TI cresceu 5% no mundo em 2019, o mercado no Brasil aumentou 10,5% no mesmo período e atingiu R? 161,7 bilhões (US? 44,3 bilhões), se considerados os mercados de software, serviços, hardware e também as exportações do segmento. É o que aponta o estudo “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendência 2020”, publicado pela ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software. O documento, que utiliza dados do IDC referentes ao último ano, mostra que o Brasil representa 1,8% do mercado mundial de TI e 40,7% do mercado da América Latina. Os investimentos neste segmento foram na ordem de 2,3% do PIB.”Os resultados foram positivos para o mercado interno. Porém, quando analisamos no contexto global, apesar do crescimento bem acima da média mundial caímos da 9ª para a 10ª posição no ranking de investimentos em TI global, demonstrando que não estamos sendo ágeis em absorver os benefícios da tecnologia. Especificamente como setor de software e serviços, perdemos posições para Itália e Holanda e estamos em 11ª no ranking global”, afirma Rodolfo Fücher, Presidente da ABES.

Segundo ele, neste ano, o setor deve apresentar surpresas positivas: crescimento de 4% em 2020, conforme previsão otimista do IDC. “Certamente muitas empresas não estavam preparadas para enfrentar a pandemia que forçou a migração para o mundo digital em 24 horas. Elas foram obrigadas a investirem em suas estruturas de TI. Um exemplo claro é o uso de soluções de CRM: 51% do mercado ainda utilizavam soluções locais em 2019, não aproveitando os benefícios da computação em nuvem”, explica.

Para 2021, a previsão é de recuperação, com reação sólida nos investimentos de TI no Brasil no pós-COVID-19, o que coloca a projeção de crescimento para o próximo ano na casa dos 10%. Temas como cloud, segurança, mobilidade, colaboração e comunicação se destacam nesse contexto.

O estudo completo pode ser acessado aqui.

Mercado de software cresceu 16% em 2019

Segundo o estudo, dentro do segmento de TI, o mercado de software apresentou crescimento mais acentuado em 2019, da ordem de 16%. Já os softwares e serviços para exportação aumentaram 29% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

“Era de se esperar um aumento maior na taxa de crescimento de Software, visto que as novas tecnologias – como Nuvem, Mobilidade, BI, entre outras – tem feito a inovação convergir para investimentos neste pilar”, ressalta Jorge Sukarie, vice-presidente do conselho da ABES. Ele explica que também houve uma grande procura do mercado estrangeiro por empresas de software brasileiro, principalmente na América Latina. “O cenário de recuperação econômica no país, vivido em 2019, também colaborou para o crescimento do mercado total de software, explica.

O Brasil conta hoje com 21.020 empresas dedicadas ao desenvolvimento e produção de software, distribuição e prestação de serviços. Considerando apenas as 5.519 empresas que atuam no desenvolvimento e produção de software, cerca de 95,3% são micro e pequenas empresas, ou seja, possuem até 99 funcionários.

Comércio teve o maior aumento nos investimentos em TI no último ano

Praticamente 50% do mercado usuário de TI no Brasil é composto por empresas dos setores de Finanças, Serviços e Telecom, seguidos por Indústria e Comércio. Entre estes, o Comércio foi quem mais investiu em TI no ano de 2019 – 16,9%. Já o Governo mostrou uma recuperação em 2019 em relação aos anos anteriores, passando de uma participação de 3,7% do mercado para 6,3%. Por outro lado, o setor Óleo e Gás apresentou o menor crescimento, com taxa de 10,2%.

Os smartphones lideram o crescimento do mercado, dentre os equipamentos e mobilidade, com taxa de 8,8%. Em seguida, notebooks, com 4,5%; e desktops com 3,8%. As conexões de dados ativas no Brasil, tanto de uso corporativo como doméstico, mantiveram-se estáveis em relação a 2018.

No segmento da computação em nuvem, o mercado mostrou crescimentos expressivos em 2019. As soluções SaaS tiveram aumento de 48,7%, ao mesmo tempo que as soluções PaaS cresceram 55,4%. No segmento de IoT, o mercado, incluindo hardware de conectividade, software e serviços, também cresceu, com uma taxa de 18,7% em relação a 2018.
2021 será o ano de retomada

O impacto da pandemia sobre o crescimento de mercado das diversas categorias de software e serviços em 2020 deve acarretar em um crescimento de 0,4% no ano em um cenário pessimista e até 4% em um cenário otimista. O IDC estima que o intervalo de recuperação do setor para retornar aos níveis de investimento de 2019 no país pode se estender até 2021, quando a projeção é de 10%.

“Apesar da reorganização de investimentos que estamos passando neste momento, as empresas precisarão repensar suas necessidades tecnológicas para satisfazer seus clientes na era pós-COVID-19 e garantir a continuidade dos negócios com novos esquemas operacionais, como home office e distanciamento social”, explica Fücher. Segundo ele, a pandemia impulsiona a adoção de novas tecnologias e a adaptação a novos processos e procedimentos, bem como a rápida evolução da transformação digital.

A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), segundo Jorge Sukarie, faz com que o tema de Segurança da Informação seja uma das principais prioridades para investimentos em TI em 2020. “O Índice LGPS ABES aponta que apenas 40% das empresas brasileiras estão prontas para atender aos requisitos da nova lei. Portanto, estamos certos de que a busca por atualização e adequação de aplicações gerará um impacto positivo no mercado de desenvolvimento customizado e os investimentos em segurança avançarão, alavancados por consultorias e serviços”, afirma.

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